quarta-feira, 27 de junho de 2012

CRIANÇAS E O USO DE DROGAS

Nesta semana de combate as drogas nosso texto trata deste tema de modo a ajudar pais e educadores a prevenir o uso de drogas por crianças:




          Orientar as crianças sobre drogas caracteriza-se por uma atitude de prevenção. Em muitos casos, as informações e as orientações adequadas representam fatores que diminuem a probabilidade de abuso de drogas na adolescência e na idade adulta.

Por outro lado, conversar e informar sobre o assunto, muitas vezes, não é o suficiente. Os pais e a escola, ao realizarem ações voltadas à prevenção, precisam considerar a realidade infantil. É preciso perceber se as crianças estão entendendo o que está sendo dito e se aquelas informações fazem sentido para elas. Perguntas como: “Você entendeu o que lhe expliquei?” ou “O que você achou do que lhe disse?” podem ajudar. É muito mais importante abordar os riscos do uso de substâncias, referindo produtos visíveis no cotidiano, como cigarros, bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, medicamentos, do que aquelas que a criança nunca tenha ouvido falar.


Prevenção na infância


          A prevenção objetiva fornecer informações e educar as crianças a adotarem hábitos saudáveis e protetores em suas vidas. Prevenir o uso de substâncias envolve o desenvolvimento de ações desde a infância e promovidas durante toda a vida.

A literatura sobre o assunto ressalta algumas condições que podem favorecer o consumo de substâncias. Tais condições geralmente representam fatores de risco e que aumentam a possibilidade de ocorrência de resultados negativos para a saúde, o bem-estar e o desempenho social. Aqueles aspectos que diminuem a probabilidade do uso de drogas são denominados fatores de proteção. Neste caso, proteger envolve oferecer condições de crescimento e de desenvolvimento, de amparo e de fortalecimento do indivíduo em formação.


Exemplos de fatores de risco podem ser:

- Uso, abuso ou dependência de drogas pelos pais;

- Relacionamento deficitário e conflituoso com estes;

- Falta de diálogo, comunicação e afeto;

- Relações excessivamente rígidas ou permissivas na família;

- Falta de limites e regras;

- Fácil acesso às drogas;

- Falta de políticas de prevenção na sociedade;

- Despreparo dos profissionais perante o assunto.


São exemplos de fatores de proteção:

- Relacionamento afetivo e de confiança com os pais;

- Exercício de colocação de limites por parte dos pais;

- Monitoramento e supervisão familiar;

- Baixo conflito entre o casal e ambiente familiar estável;

- Participação dos familiares em atividades sociais;

- Investimentos sociais e de saúde eficazes;

- Bom relacionamento interpessoal;

- Comportamentos saudáveis.

Importância da relação com os pais/ cuidadores e família

Atualmente, muito já se conhece sobre os fatores que podem contribuir ou não para o consumo de substâncias psicoativas. Dentre estes fatores está o envolvimento com os pais. Estudos tem demonstrado então, que a combinação de alguns aspectos podem representar risco para o uso de drogas, como por exemplo: ausência de investimento nos vínculos que unem pais e filhos; práticas disciplinares inconsistentes ou de punição; excessiva permissividade, com dificuldades de estabelecer limites e tendência à superproteção; educação autoritária associada a pouco cuidado e pouca afetividade nas relações; conflitos familiares com dificuldades de negociação.

Por isso, é importante demonstrar e expressar amor, manifestar flexibilidade e capacidade de negociação, quando for possível, estimular autonomia e independência dos filhos no desenvolvimento de tarefas, favorecendo a autoestima. Além disso, ser um bom modelo comportamental é de fundamental importância. Muito mais do que seguir conselhos ou orientações, os filhos tendem a imitar as atitudes dos pais.


O uso de drogas na infância

Embora não seja comum, algumas crianças iniciam precocemente o uso de drogas. O problema potencial disto é que quanto mais cedo se faz o consumo de drogas, maior é a probabilidade de fazer abuso e ou tornar-se dependente durante a adolescência.

Crianças desabrigadas e que moram nas ruas são particularmente vulneráveis ao consumo de drogas, principalmente de inalantes (como a cola de sapateiro). O consumo nestes casos acaba sendo uma forma de amenizar a fome, a ansiedade além de uma maneira de enfrentar outras situações difíceis do dia-a-dia. Políticas públicas eficientes que ofereçam suporte em rede a essas crianças e suas famílias são imprescindíveis.

Nem sempre é fácil crescer e amadurecer, mas a infância pode ser uma fase de aprendizado para lidar com momentos difíceis sem se expor a danos. A prática de esportes com amigos, tocar algum instrumento em uma banda, participar de atividades depois das aulas, entre outros podem proteger as crianças do uso de drogas.



Fonte: Texto de Mariana Benchaya no site vivavoz - vivavozufcpa.edu.br