A palavra cognição tem origem nos escritos de
Platão e Aristóteles e significa o ato ou processo de conhecer, que envolve
atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e
linguagem.
A cognição é derivada da palavra latina cognitione, que significa a aquisição de um conhecimento através da percepção. Devido a esse fato é que a cognição é mais do que a aquisição de conhecimentos, é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno com relação ao meio em que vivemos.
A cognição é derivada da palavra latina cognitione, que significa a aquisição de um conhecimento através da percepção. Devido a esse fato é que a cognição é mais do que a aquisição de conhecimentos, é também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno com relação ao meio em que vivemos.
Um fator importante para a aquisição desses conhecimentos é a própria aprendizagem sem a qual não seria possível tornar factível o desenvolvimento em tempo real e verdadeiro da aquisição de objetivos. Especialistas no assunto preocupados com os diversos modelos de aprendizagem criaram teorias nas quais a própria aprendizagem se encarrega dos processos de cognição através de estratégias.
Vale lembrar que embora desde a Grécia Antiga
tenham sido formuladas diversas teorias sobre a aprendizagem, as mais utilizadas
na educação contemporânea são a de Jean Piaget e a de Lev Vygotsky.
Para Piaget em sua Teoria de Epistemologia
Genética, o conhecimento é construído através da interação do sujeito com o
meio, a partir de estruturas existentes. Segundo sua teoria todo desenvolvimento
obedece estágios hierárquicos que iniciam e decorrem do nascimento e se
consolidam aos 16 anos. São eles:
Estágio sensório-motor (do
nascimento aos 2 anos) - a criança desenvolve um conjunto de esquemas de ações
sobre os objetos, que lhe permite construir um conhecimento físico da realidade.
Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência dos objetos, constrói esquemas
sensório-motores, é capaz de fazer imitações construindo representações mentais
cada vez mais complexas em que o contato com o mundo é através da figura materna
e seu pensamento é sincrético.
Estágio pré-operatório (dos 2
aos 6 anos) - a criança inicia a construção da relação causa e efeito, bem como
das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta onde com a
estruturação do egocentrismo na formação de pequenos grupos ocorre a crise da
oposição, da consciência e da hipertrofia do ego. Os interesses são imaginativos
e as tentativas de controle das pautas emocionais são uma característica
marcante.
Estágio operatório-concreto (dos
7 aos 11 anos) - a criança começa a construir conceitos através de estruturas
lógicas, consolida a conservação de quantidade e constrói o conceito de número.
Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos concretos não
fazendo ainda abstrações e quanto a questão de dominância apresenta o
conhecimento dos fatos participando socialmente do grupo escolar e infantil e
descobrindo o que chamamos de estabilidade emocional onde a descoberta do
superego influencia na estabilidade emocional.
Estágio operatório-formal (dos
11 aos 16 anos) - fase em que o adolescente constrói o pensamento abstrato e
conceitual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes
pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente. Apesar da possível
pseudo-regressão emocional, a necessidade da turma e da equipe para afirmação e
interação social é uma constante diante da crise de originalidade, afirmação e
consciência do Eu profundo na busca da personalidade adulta. A objetivação de
valores e de idéias remete a volta da subjetividade e turbulência pubertária
onde a valorização expressiva é emocional.
Com tudo isso, conclui-se que na concepção
piagetiana, a passagem de um estágio a outro estaria dependente da consolidação
e superação do estágio anterior. É importante ressaltar que os estágios agem
como mecanismos denominados de “equilibração das estruturas mentais”, ou seja, a
transformação de um conhecimento prévio em um novo, forma a base da aprendizagem
e do desenvolvimento cognitivo da criança.
Para Vygotsky em sua Teoria do
Sócio-Interacionismo, o conhecimento é construído através das interações do
sujeito com o meio e com o outro, como desencadeador do desenvolvimento
sócio-cognitivo. Segundo sua teoria todo desenvolvimento é impulsionado pela
linguagem o que torna possível ver o homem como ser biológico, histórico e
cultural. Para ele o desenvolvimento está atrelado obrigatoriamente a
aprendizagem e é o próprio processo de aprender que gera e promove as estruturas
mentais enquanto para Piaget a estruturação do organismo precede o
desenvolvimento.
Tanto na teoria piagetiana onde o desenvolvimento
cognitivo é uma teoria de etapas, como na teoria sócio-interacionista onde o
desenvolvimento cognitivo passa por processos e fenômenos psíquicos, o
importante é reconhecer que tanto a escola como a família devem promover a
descoberta e a construção do conhecimento estimulando a capacidade de análise
crítica, a criatividade na solução de problemas e estimular a autonomia e o
gosto pelo saber.
*Reconhecer nos educadores um personagem da
mediação do conhecimento, ora criando dificuldades ora resolvendo problemas, faz
com que a criança perceba suas potencialidades e desenvolva seu aspecto
cognitivo encontrando na família a segurança, a confiança e o amor necessários
para construir sua identidade e autonomia.
O desenvolvimento cognitivo da criança para ser
pleno necessita acompanhar os aspectos afetivos, sociais e psicomotores, pois
com isso é possível transformar a visão de mundo infantil em divertidas
descobertas criando vínculos entre a família, a escola e a sociedade.
Fonte: Texto da pedagoga Daniella Magnini Baptista no site Olhar Pedagógico - www.olharpedagogico.com
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