quinta-feira, 5 de abril de 2012

Paulo Freire e a Educação Libertadora.

Paulo Freire foi um educador brasileiro conhecido e respeitado mundialmente como pedagogo. Publicou várias obras que foram traduzidas e comentadas em vários países. Dentre as principais obras estão: “Pedagogia do Oprimido”, “Educação como Prática de Liberdade”, “Cartas à Guiné Bissau”, “Vivendo e Aprendendo”, “A importância do ato de ler”, “Medo e Ousadia: o cotidiano do Professor”.

Paulo Freire foi um importante critico da educação tradicional e pregador daquilo que chamou de Educação Libertadora. Segundo o autor o sistema escolar tradicional é cheio de falhas e a proposta da Educação Libertadora é romper drasticamente com esta forma de pensar a Educação. Trata-se de uma quebra de paradigmas, as duas propostas educativas partem de ideologias distintas.

Freire diz que um dos maiores problemas do sistema tradicional é a transferência de “conhecimento” do professor para o aluno. Neste processo pressupõe-se que nem professor, nem aluno criam conhecimento nenhum em sala de aula. Segundo Paulo a educação tradicional não entende a criação do conhecimento como um objetivo da escola, a produção do conhecimento seria competência de pesquisadores das Universidades- os únicos que estariam verdadeiramente habilitados a produzir as “verdades” que devem ser transmitidas pelos professores aos alunos.

Partindo deste pressuposto, enquanto a escola tradicional preocupa-se em descrever a realidade- que teria sido observada e interpretada por algum pesquisador habilitado- a educação Libertadora propõe-se a fazer com que os alunos percebam que o mundo pode ser lido e transformado.... A intenção primordial deste tipo de educação é mostrar que todos somos parte do processo de mudança, que devemos olhar o conhecimento produzido nas universidades e a “realidade” a nossa volta de forma critica para que possamos ILUMINAR a realidade obscurecida.... pela suposta neutralidade da educação tradicional.

Paulo Freire parte do principio de que não existe neutralidade na educação, o autor está convencido de que educação é política. A educação libertadora esta preocupada em tornar visível aos alunos o obscurecimento da realidade...  

Uma das principais propostas da educação libertadora é o ensino pesquisa. Através da pesquisa social os alunos podem perceber que o conhecimento também pode e deve ser produzido por eles em sala de aula. Uma tarefa deste tipo de educação é fazer com que os alunos e professores percebam que podem ser mais que meros receptores de teorias prontas e enlatadas. A criatividade e capacidade crítica dos sujeitos em sala de aula devem ser valorizadas.

Em uma aula libertadora deve haver muito diálogo e os textos lidos, a matemática, a física, a química, tudo deve estar vinculado ao contexto em que foi produzido e ao contexto do aluno. Estas disciplinas não devem mais ser vistas unicamente como conhecimentos “necessários” para se chegar a um objetivo como passar no vestibular, por exemplo, e sim como um conhecimento importante de ser compreendido “aqui e agora”. O aluno deve sentir e saber a importância real daquele conhecimento para ele, naquele momento da sua vida, deve perceber o contexto social em que foi produzido, perceber que existem paradigmas por trás de todo conhecimento.

O importante para a pedagogia libertadora é que os estudantes consigam perceber o conhecimento de forma critica e participativa. Para isso, Paulo aconselha os professores libertadores a no inicio do curso conhecer as historias de vida e os contextos sociais dos seus alunos. O professor libertador deve estar aberto a aprender com as experiências dos alunos e é interessante que formule parte do seu currículo baseado nestas informações.

Independente da disciplina que for ministrar, um professor libertador deve entender o contexto social do ensino e o histórico da sociedade e do mundo ocidental em que vivemos para que possa esclarecer para os alunos e para ele mesmo onde eles estão e o que estão querendo fazer ali.

Paulo alerta: "O mundo não é, o mundo está sendo".

Adaptado do texto homônimo de Andrea Cabral no blog da autora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário